Um técnico brasileiro na Escola Americana participa do Campeonato Internacional

Leo Azevedo (dir.) e Fernando Meligeni durante a cerimônia de abertura (Foto Heusi Action/Divulgação)

Leo Azevedo (dir.) e Fernando Meligeni durante a cerimônia de abertura (Foto Heusi Action/Divulgação)

Há nove anos, o nome do técnico brasileiro Leo Azevedo (na foto, com Fernando Meligeni) é pronunciado com sotaque por seus pupilos. Radicado nos Estados Unidos, ele integra a equipe de treinadores do Centro de Desenvolvimento de Jogadores da USTA, a federação norte-americana de tênis. Primeiro brasileiro a trabalhar como treinador em uma das mais prestigiadas e bem organizadas entidades do tênis mundial, Leo chegou a Boca Raton, na Flórida, pelas mãos do espanhol Jose Higueras. O objetivo: incrementar o ensino do jogo no saibro aos juvenis do país, onde sempre prevaleceu a escola das quadras rápidas.

“O saibro ensina muito mais o jogo do tênis do que qualquer outra superfície. No saibro se aprende a trabalhar mais os pontos, variar jogadas, e meu trabalho lá no início era introduzir isso na identidade de jogo americana”, explicou Leo, que acompanha no Campeonato Internacional Juvenil de Tênis de Porto Alegre uma equipe de sete meninos e cinco meninas. Atualmente, Leo Azevedo considera essa etapa concluída. Como prova do trabalho de base bem realizado nos últimos anos, o treinador cita a última edição juvenil de Roland Garros – único torneio do Grand Slam disputado no saibro –, que teve pela primeira vez na história uma final entre americanos: Tommy Paul (campeão) e Taylor Fritz (vice).

PASSAGEM PELA ESPANHA – Não foi aleatória a escolha da USTA: antes de integrar a equipe americana, Leo desenvolvera um também bem-sucedido trabalho de três anos na academia do ex-número 1 do mundo Juan Carlos Ferrero, na Espanha. Acompanhando de perto o crescimento em quadra da garotada americana e de jovens do resto do mundo – inclusive do Brasil – ao viajar para a disputa de torneios como o Campeonato Internacional, Leo aponta uma mudança importante para a nova geração: o fato de o tênis ter se tornado, nos últimos 10 anos, um jogo muito mais físico. “Antes era mais comum ver adolescentes de 17, 18 anos jogando quase de igual para igual com profissionais mais velhos. Agora, leva mais tempo para nivelar o jogo, que exige muita força. Para as meninas ainda é um pouco mais fácil, mas ainda assim bem difícil”, destacou.

CENÁRIO NO BRASIL – Da nova geração verde-amarela, Leo aposta no gaúcho Orlando Luz, que foi bicampeão nos 18 anos do Campeonato Internacional em 2014/2015, e no paulista Gabriel Decamps. Em relação ao desenvolvimento do tênis no país, o treinador não acredita que apenas injetar mais dinheiro seja a solução. “É preciso dar cada vez mais atenção à base, jogadores de 11, 12 anos. Também acredito que seja importante, pelo menos três ou quatro vezes ao ano, juntar jogadores de todo o Brasil e seus técnicos para uma imersão, treinar juntos, trocar ideias, ver o que funciona, dividir”, acredita o treinador que também trabalhou com os brasileiros Thomaz Bellucci, Ricardo Mello e Flávio Saretta.

ARROZ, FEIJÃO E SOBREMESA – Sobre a gurizada que acompanha, Leo garante que são todos bastante comprometidos e comportados, exceto à mesa brasileira: são loucos por arroz, feijão e pelas sobremesas que vêm lotando seus pratos ao longo da semana. A infraestrutura da Associação Leopoldina Juvenil também é bastante elogiada, assim como toda a organização do torneio, a proximidade do hotel e a energia geral da competição. Se isso ajuda a jogar melhor em quadra? “Acredito que se joga melhor num lugar onde se sente confortável, sim – olha o Guga em Roland Garros, por exemplo. Ao mesmo tempo, é normal associar coisas boas a um lugar onde se ganha. Mas, com certeza, tem uma influência”, resume.

O Campeonato Internacional Juvenil de Tênis de Porto Alegre é apresentado por Gerdau e Itaú. Tem apoio da Lei de Incentivo ao Esporte – Ministério do Esporte – Governo Federal Brasil, ProEsporte – Conselho Municipal do Desporto – Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer da Prefeitura de Porto Alegre, Tramontina, Panvel, Zenvia, Estácio, Net e Schin. A organização e a realização são da ALDEeA; e a consultoria técnica, da PROTENIS Promoções Esportivas. Os órgãos oficiais são a Federação Internacional de Tênis (ITF), a Confederação Sul-Americana de Tênis (COSAT), a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) – Correios, patrocinador oficial do tênis do Brasil, e a Federação Gaúcha de Tênis (FGT).

A programação dos jogos, as chaves do torneio e outras informações estão disponíveis no site www.campeonatointernacional.com.br.

Informações para a imprensa:
DivulgAção – Agência de Conteúdo
Cláudia Coutinho – claudiacoutinho21@gmail.com